quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Crônica:"As novidades do Amor"



" Pois quando eu jurei meu amor
Eu trai a mim mesmo,hoje eu sei.
Que ninguém nesse mundo é feliz,
tendo amado uma vez"...só uma vez..."
Grande letra tem essa música,grande visionário foi Raul Seixas,ao falar no amor dessa forma.
Devemos perder o medo de nossas chuvas internas.
Perfeita metáfora de amor e mudanças.
São as verdades escancaradas  que muitos não vivem ou (acham ) que não,pensando na estatização dos sentimentos.
Preferem acreditar que tudo é para sempre,sofrem quando o amor acaba.
Mas eu acredito que não, o amor não acaba,ele apenas toma outras formas.
E quando essas novas formas não mais nos cabem ,deveríamos ter a honestidades de buscar outras.
Nós temos  tendência a misturar os sentimentos,confundir desejos com necessidade,amar com precisar e por isso somos tomados por nossas emoções de egoismo e não acreditamos nunca no fim do amor.
O medo do vazio, da solidão,sentimentos de frustração.
Rubem Alves cita em uma de suas crônicas,que tudo o que é belo não pode ser eterno:..."mas o amor, pássaro, de repente bate as asas e voa...''
Aquilo que amamos,permanece conosco em outras formas, memórias, lembranças,saudade mas não em amor.
O amor é um sentimento efêmero, rodeado de incertezas,do não precisar do outro.
Se te amo não te preciso,se te preciso não te amo.O amor te veste de desejos e não de necessidades.
Temos que derrubar esse muros que criamos,esses alicerces que nos garantem sermos amados e amáveis eternamente.
Assim como uma música bela que tem fim, um beijo,um por do sol, tudo que nos toca, nos faz bem também se acaba.
E dessa efemeridade toda é vestido o amor.
"O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz a gente se sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece." (Charles Bukowski)
Tão bom confessarmos verdades,falar sim,que o amor acaba e que podemos fazer novas tentativas de felicidade sempre que desejarmos.
Que o amor acontece sempre e muitas vezes na nossa vida.Basta estarmos abertos a ele.
Mas, sabemos bem daquelas pessoas que ficam dentro de relações "falidas",desgastadas com medo do novo,do amor.do que nos faz ir de novo ao encontro do que possa ser ou não vivido.
Não concordo com o ditado popular que diz"amor com amor se paga".Será? Acredito sim,que no amor nada se deve ao outro e aqui citaria Drummond:"Eu te amo por que te amo"O amor é estado de graça e com amor não se paga..."
Perfeito, mas muitos querem pagar,porque o que temos muitas vezes é o amor de posse,o desejo de amar para ser amado sempre.
Amamos sim, e desamamos,pois estamos vivos e sentimentos não são estáticos.
Falamos de amor entre metáforas porque não entendemos muito bem o que nos acontece realmente quando amamos.
O que amamos é sempre o símbolo já disse Herman Hesse.
E esse símbolo internamente necessita de orientação,ter sensatez não é ter a segurança não é viver um conformismo,essa é a grande questão que faz muitas pessoas pararem de acreditar nos milagres oferecidos pela vida todos os dias.
Novos amores podem vir desses milagres,estejamos abertos a ele sempre!!
Não quero minha voz embargada por razões que não me levariam a nada, por vontades mudas.
Quero gritar, se for preciso...
E pensando em tudo isso,fico mais leve,me sinto mais "normal",amando tantas vezes o amor me chamar.
Nada como depois poder lembrar daquele..outro amor... com carinho,doses de saudade saudável, claro,sentimento de aconchego por saber ter sido amada também.
Prefiro assim, do que sentir-me como uma foto "polaroid" que foi morrendo,amarelando em algum coração acomodado.
Eu aceitarei sempre que for chamada para viver esse "tal" amor.
"Devemos primeiro viver e depois sim,depois podemos filosofar "(Cícero).
Achei perfeita essa frase,nem só de filosofias vivemos...precisamos sim deixar a pratica morar dentro de nossos sentimentos.
A brevidade dos dias sempre nos chamará!!!!
Melhor citar Quintana :

Sentir primeiro, pensar depois,
Amar primeiro, educar depois,
navegar, primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois...


Adriane Lima

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