Não pense que é fácil
por palavras na mesa
destilar certezas
de falar algo natural
Algo que não soe mal
e sirva de açoite
para quem as vê
como fuga
e não como figas
das promessas que não fiz
Nem sempre escrevo
o que a consciência fala
e não é porque ela
me cala
que não posso falar
por mim
Hoje acordei ciente
de que muitas
sementes
são jogadas no ar
Depois brotam em
lugares
nem sempre prováveis
de um dia poder florir
Contruiram muros
em minhas verdades
e hoje em metades
eu teimo em falar
Mesmo que meus versos
sejam poucos
mesmo que a canção
não toque nunca mais
Meias certezas
são meias mentiras
tingidas de
meias verdades
para a imaginação
se acalmar
escuridão do papel
dia em branco
nó na garganta
deitaram meu céu
só me resta apagar o brilho
quem já saiu do estribilho
quem já perdeu a nota
já vendeu a cota
de sua condição
poeta vivo
mulher morta
Melhor ao sol
levar meu rosto
e sair desse poço
de decepção
me levo por palavras
minhas ou das missivas
de vis respostas
mas são minhas certezas
de eterna salvação
Adriane Lima
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