quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Invenção


Essa menina inventa viagens
Investe em vertigens
Sonha paisagens
de um entardecer a dois.

Cria coragens, onde há delírios
Risadas, onde há medos de se perder depois.

Se solta, se brinca, se namora
Se acha, se perde e se apavora
Pelo simples fato de ser ele
seu bem querer.

Já conheceu o amor
e todas as perdas das manhãs
das falas, das tramas e dos elos da vida
feito pedras ao entrar num rio.
Doces dores, tecendo verdades
sempre que desejar.

Não se faz mais de santa nem de rogada
Anda sozinha, indolente e solta na madrugada
Por saber que ninguém mais
será o dono de seu amanhecer.

Abre caminhos, tira espinhos
do que um dia foi sua flor
Não mais rosas, não mais rezas
Não mais prosas, não mais dor

Apenas a calma e compulsória
lembrança de seu inventado amor

 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by Alexander Daniloff
 

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